domingo, 16 de maio de 2010

Intuição materna

Tatiana Pereira
A maioria das pessoas já sentiram ou ouviram falar sobre intuição de mãe, ou seja, aquela sensação boa, ou muitas vezes desagradável de que alguma coisa está acontecendo com os filhos.Esta intuição, muitas vezes não é compreendida por pessoas próximas a elas. No entanto, confiante, boa parte das mães, resolveminvestigar e se surpreendem com o resultado, como foi o caso de uma mãe de 23 anos, na Zona Leste de São Paulo que teve sua filha roubada um dia depois do nascimento por uma adolescente de 15 anos, no último dia 4, no bairro Belém. Segundo a jovem, uma falsa enfermeira se aproximou com a sua criança e depois de levá-la a mãe para ser amamentada pediu para a mãe da criança se poderia dar uma volta no corredor do hospital com a recém-nascida. A mãe autorizou, e minutos depois, sentiu uma angustia grande de que algo errado poderia acontecer e resolveu ir até o corredor onde viu a filha com a suposta enfermeira. No entanto, na mesma hora, a falsa auxiliar de enfermagem escondeu a criança em uma sacola e decidiu rapta-la. Essa noticia teve um desfecho feliz, pois a criança foi devolvida no mesmo dia pela adolescente. Geralmente nem todo os casos têm um final feliz, e muitas mães acabam sofrendo pela ausência dos filhos e confirmam que sentem que eles estão vivos e bem, passam anos e as vezes a vida toda esperando o retorno deles. Alguns resultados dessas intuições se confirmam, mesmo que demore muito, como a mãe que teve seu filho de um ano trocado na maternidade, no interior de Goiás e que não foi compreendida pelo marido que a acusou de traição. Ela seguiu sua intuição fez o teste de DNA que comprovou que os bebês haviam sido trocados pelas enfermeiras. Este ano, ela vai passar o dia das mães com seus dois filhos, seu legítimo e o de criação.Mas nem todas as mulheres nascem com este extinto protetor que aflora quando concedem uma criança. Há mães que por motivos inexplicáveis descartam filhos ou maltratam, esquecendo que neles há um pedaço delas. Muitas explicações dessas crueldades podem ser resultados também da própria origem de vida que tiveram, da falta de amor. Entretanto, a grande maioria das mulheres quando se tornam mães, acabam por conhecer sentimentos que antes não faziam parte dela como amar demais, proteger, viver em função deles e para eles. Para elas, a experiência materna é marcante, pois amadurecem, tornando-se seres mais sensíveis e amáveis.Nesta edição o leitor conhecerá alguns depoimentos de mães e mulheres batalhadoras que conseguiram conciliar trabalho e cuidado com os filhos.Uma tarefa que requer coragem, disciplina, e principalmente amor incondicional aos filhos e à vida. Algumas sucumbem diante do desafio. Aquelas que seguem adiante, tornam-se exemplos de resiliência

Quando elas se dividem entre a profissão e a maternidade



Tatiana Pereira
Elas são conhecidas pela flexibilidade de conciliar trabalho, casa e filhos. Tantas funções sem esquecer do seu lado mãe, com uma aptidão especial de lidar com o tempo. Costumam lutar pela realização profissional e pessoal e não deixam a desejar em nada na educação de seus filhos. Aos poucos as mulheres foram conquistando espaço no mercado de trabalho e reconhecimento. O talento profissional, entretanto às vezes esbarra na necessidade que a mãe tem que dedicar aos filhos, diferente dos homens neste aspecto.
Apesar desta realidade, muitas mães trabalhadoras conseguem ir além, ocupando cargos profissionais que antes eram de exclusividade masculina, como é o caso da analista de processos Priscila Costa Polizel, de 29 anos, que tem um filho de um ano e trabalha no setor de Engenharia de Manufatura de uma montadora de veículos em São Bernardo.
Para ela, a dificuldade em trabalhar em uma fábrica onde 98% dos funcionários são homens, não foi nada fácil. “No início a dificuldade foi grande, sendo assim, houve a necessidade de me expor e me esforçar mais para ser reconhecida, aceita e respeitada. Fiz diversos cursos antes de ter meu primeiro filho. Sempre tive incentivo da empresa quando se trata da assistência ao meu filho, pois se você mostra um belo trabalho, tem qualificações não há o que temer”, explica.
Para a vereadora Jeruza Lisboa Reis, PTB e única mulher a ocupar o cargo no legislativo de Poá, a situação não é diferente. “Sou mulher e mãe de três filhos adolescentes. Sabendo administrar o tempo e dividir as tarefas é possível ser mãe e exercer uma profissão sim. Já a presença da mulher na política acaba passando conhecimentos e a sensibilidade de mãe. Além disso, muitas mulheres que chegam aqui se sentem mais à vontade em conversar e expor seus problemas a uma figura feminina da política, principalmente quando envolvem crianças, porque passa mais aconchego, atenção, sensibilidade e fé” opina.
As Guardas Civis de Poá, também contam que já sofreram algumas resistência machista. “ Geralmente somos bem aceitas, principalmente em ocorrências onde envolvem mulheres porque elas costumam se sentir mais a vontade diante de uma figura feminina, mas já ouve casos em que homens questionaram sobre nossa presença. Em casa tenho todo o apoio dos meus filhos que apesar de terem 9 e 4 anos, sentem orgulho da minha profissão. O pouco tempo que tenho com meus filhos procuro dar uma qualidade de vida , participando e dando atenção” conta a CGM Maria Luiza. “Na segurança quando você não é mãe a preocupação consigo é menor, ou seja, a mulher se arrisca mais nas ocorrências, acaba descuidando pela ansiedade. Já quando somos mãe nos tornamos mais maduras, e refletimos sobre nossa segurança com mais cautela pois sabemos que há uma criança esperando que a gente volte” acrescenta GCM Junko.
Para Silvana Caçola da Silva, de 48 anos, operadora de corte e vinco, da empresa Box Color em Itaquá, além de exercer função masculina em um setor de produção, ela tem o desafio diário de carregar pesos, retirando materiais empilhados de papelão. “Tem muito homem que fica admirado quando vê que damos conta do serviço braçal que exige muita força física. Isso só mostra que somos tão competente quanto eles, tanto que a empresa realizou mais contrato de mulheres que homens nos últimos dez anos que em trabalho. Mesmo com a rotina pesada do dia a dia, ainda tenho tempo para administrar a casa, realizando reformas e cuidando das minhas três filhas adolescentes e da bebê de 8 meses que requer mais atenção” Ela contou também que a bebê aos 4 meses teve que deixar de receber amamentação materna para que ela pudesse voltar a trabalhar.
Já no comércio, as mulheres não sofrem tanto preconceito como a vendedora de motos Patrícia Souza Henchz, de 25 anos, da autorizada da Honda e com a Andreia Pereira, de 23 anos, caixa de uma loja de peças de automóveis, de 23 anos, com uma filha de 7 anos. “Nunca sofri preconceito por ser mulher e vender produto de interesse masculino, porém como mãe, tenho dificuldades de onde deixar minha filha para trabalhar, por isso tenho que traze-la no serviço diariamente. Sou moradora nova na cidade, e quando resolver esta questão pretendo ter mais filhos porque eles são bençãos e não atrapalham a vida de uma mulher” explica. “ Trabalho sete dias na semana, e o filho exige sempre a presença materna. É complicado, mas se o pouco tempo que tiver você der atenção a ele, não vai encontrar tantas dificuldades. Porque notei que o comportamento dele mudou bastante quando estou ausente” acrescenta Patricia.
“Enfrentei muito preconceito como frentista, porque muitos homens achavam que estávamos trabalhando para nos expormos e por isso nos assediávamos, entretanto, recebi o apoio dos colegas do trabalho que me defendem. Quanto ao meu filho de apenas dois anos, ele sempre teve que ficar na creche, enquanto eu vou trabalhar. Notei que ele sentiu minha ausência, cobrando do jeito dele, com manhas e choros, mas tento recuperar essa falta quando estou com ele, dando muito carinho” relata a frentista do Posto de gasolina Petrobrás, Aparecida.
A comerciante Creuza Campelo, de 60 anos, da lanchonete C Campelo, hoje com três filhos adultos ela conclui. “Sempre trabalhei em comércio, desde que meus filhos eram pequenos. Na época tinha que leva-los junto comigo por não ter onde deixar. A mulher tem correr atrás de seus objetivos, sabendo que muitas coisas podem acontecer no futuro, como o marido ficar desempregado ou não conseguir uma renda que supra a família durante o mês. E a mãe tem sim que oferecer lazer aos seus filhos enquanto tiver com eles, mas os filhos tem que entender que mãe tem que correr atrás do pão de cada dia, para dar uma vida mais digna a eles”.

Olhares desviados para a Copa do Mundo


Tatiana Pereira
Faltando menos de um mês para o início da Copa do Mundo que será sediada na África do Sul, as atenções dos brasileiros para a formação e preparação da seleção vem ganhando cada vez mais força. Já no início desta semana, informações sobre a escalação dos jogadores foi acompanhado por bombardeios de críticas de especialistas e de populares. Diante de tanta espectativa sobre o desempenho do Brasil no campeonato mundial, muitas questões sociais se tornaram sutis comparada ao esporte mais popular do mundo.
É, mas o cidadão brasileiro deve estar atento, este ano, além da copa do mundo, teremos eleição presidencial, estadual, e ainda eleger deputados e senadores. Mal acabará a Copa do Mundo e o Brasil terá as atenções voltadas as campanhas eleitorais. E este ano, algumas mudanças poderão ocorrer em relação a qualidade dos candidatos, é que projeto “Ficha Limpa” que veda a candidatura de pessoas condenadas pela Justiça foi votado quarta-feira e segue para a votação no senado e se caso for aprovado, para a sanção presidencial.
A nova Lei ainda não está definida, pensando na possibilidade menos provável, o Senado pode decidir alterar o projeto de autoria da sociedade que volta para a Câmara novamente para seguir votação, motivo pelo qual a população não pode ficar desatenta, e desviar seus olhares apenas para a Copa do Mundo, pressionando mais os parlamentares para que aprovem este e outros projetos que beneficiem o cidadão brasileiro.
Com a aprovação, os candidatos aos cargos que apresentarem um prontuário policial de corrupção que afrontam a sociedade serão descartados desta eleição, caso a aprovação e sanção do projeto seja realizada a tempo para ser aplicada ainda este ano. É claro, que muitos políticos com a “ficha suja” estão preocupados e tentarão interferir na data da votação, dizendo que o projeto deve ser reavaliado, não dando prioridade, mesmo porque é o futuro político deles que estarão em jogo, por isso a importância da participação e pressão da população em relação a este projeto.
Não só o Projeto “Ficha Limpa” entre tantos outros também de extrema importância, deve ser votado também no Senado ainda este semestre, o projeto que trata do fim do fator previdenciário, que irá beneficiar o trabalhador que atingir o tempo mínimo de contribuição dando o direito a aposentadoria integral. Este projeto também já foi votado e segue para o Senado. Se for sancionado pelo presidente Lula, beneficiará milhões de trabalhadores brasileiros.
Portanto, projetos como estes são conquistas do trabalhador brasileiro e não deve ser adiados, pois um 'recesso branco' entre os parlamentares já foi comentado pelo líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), publicado no site http://www.acheiusa.com/, no dia 14 de maio, onde ele diz “... que deputados não vão votar assuntos importantes entre 10 de junho e 11 de julho, período de realização do maior torneio de futebol do planeta. Os brasileiros vão torcer para o Brasil e o parlamentar é também brasileiro”, mesmo admitindo que seu pensamento pode não pegar bem junto ao eleitorado. Diante dessa questão, o eleitor deve cumprir seu papel, exigindo mais empenho de seus representantes. Não que devemos deixar para trás a alegria com quem nos tenha dado nosso futebol arte, que por muitos anos tornou o nosso país referência nesse esporte, mas que as questões sociais do nosso do Brasil não devem ser deixadas de lado ou camufladas durante o torneio mundial.